Olá a todos. Neste radiante domingo de 16 de janeiro de 1459, foi fundado o jornal Caderno Eborense. Para começar com chave d'ouro, entrevistamos, hoje, o primaz de Portugal [e cidadão eborense], o arcebispo Dom Alexandre do Zêzere (mais conhecido por Duquezezere). Sua Excelência esteve de viagem em França e agora regressou à sua terra natal, o Reino de Portugal. Está de volta à casa, em Évora, e prepara-se já com as missas, pregações e outras atividades religiosas. O também pároco é, além disso, conhecido por seus conterrâneos em função de sua instalação de poker em nossa cidade, a Taverna dos Mercadores. Sentamo-nos com o clérigo em um recinto aconchegante, denominadamente uma taverna, e começamos a entrevistá-lo:
Entrevistador Mr.jptuga (EM) - Muy Reverendíssimo Monsenhor Dom Alexandre do Zêzere, Arcebispo de Évora, Grão-Cruz da Ordem Aristotélica de Lisboa, Conde de Tomar e Baronete do Zêzere,
Alexandre (A) - Sim?
EM - O que achou de viajar por mar?
A - Horrivel! Passei o tempo todo a rezar porque não havia nada mais que fazer. Nem uma taverna com poker havia!
EM - Não gostou do tempo que fazia em alto mar, da companhia ou da duração da viagem?
A - O tempo então... Na viagem para lá apanhamos uma tempestade. Tinha água a entrar-me pelo camarote dentro! Demorei uma eternidade a chegar a Mimizan. Para cá, a viagem já foi muito mais agradável, demorei uma semana, sempre com bom tempo, sol quente, brisa fresca.
EM - Pois, graças a Jah que tudo correu bem ao fim. Pelo menos não houve a perda de um navio. O que achou de França no tempo em que lá esteve?
A - Gostei bastante. Especialmente em termos de organização das instituições e do controlo de viajantes. Sempre que entrava num condado novo, recebia uma carta a desejarem-me uma boa estadia e a informar das leis desse condado. A nível das universidade houve um pormenor que eu gostei bastante: Lá são os alunos que pedem as aulas que querem para a semana, e o Reitor escolhe com base em determinados critérios. Depois, publica as aulas que haverá e os professores é que têm de se candidatar às aulas que irão ser dadas, não é o reitor que anda atrás dos professores. Para além de que quem pede determinada aula também pede a hora a que seja dada.
EM - Hmm... Pormenores interessantes, sem dúvida. Certamente gostaria que Portugal seguisse o exemplo francês?
A - Não sei como seria aceite por cá, mas sim, gostaria que se experimentasse pelo menos.
EM - Durante esses seus sete meses de viagem, após regressar notou algumas diferenças no reino?
A - Na verdade, acho que o Reino está na mesma, apenas mudaram as caras.
EM - E Évora, o que achou da sua bela cidade? Mantém-se igual ou houve aspectos que mudaram?
A - Tirando a parte de se ter tornado um deserto em termos de pessoas, acho que continua na mesma também.
EM - E para terminar-mos, sem mais demoras, gostava de saber se trouxe de França algumas medidas que vai implementar na igreja portuguesa enquanto primaz.
A - Não, em França não há nada de novo de que eu já não tenha conhecimento através de Roma.
EM - Gostaria de deixar alguma mensagem aos seus leitores de Évora?
A - Sejam mais activos, apareçam nas tavernas, na praça pública de Évora e e não se esqueçam de ir à missa. Só ficam a ganhar!
EM - Muito obrigado, Sua Excelência. E assim terminamos a nossa entrevista ao Muy Reverendíssimo Monsenhor Dom Alexandre do Zêzere, Arcebispo de Évora, Primaz de Portugal, Grão-Cruz da Ordem Aristotélica de Lisboa, Conde de Tomar e Baronete do Zêzere, até mais!
O arcebispo também fez o favor de esclarecer que as missas iniciarão no próximo mês e que o tesouro da igreja se encontra já em seu apogeu, portanto quaisquer bondosas almas desejando doar devem guardar seu dinheiro para demais usos.